Palavras que passaram

domingo, 31 de agosto de 2008

A saga do esquecido (pt.2)

Essa noite passou. Várias outras lhe tomaram o exemplo. As suas irmãs semanas voaram, tal era a pressa que a manhã chegasse...
Dezoito anos comemorava neste dia. Para os pais, o seu menino não mudara, ele, um homem adulto, que tudo queria e podia! A liberdade bater-lhe-ia à porta e ele abrir-lha-ia! De braço dado com a sua nova amiga, tomaria as suas próprias decisões, escolheria o que quereria e...sim...todo aquele mundo mudaria! A inocência da idade todo o sonho lhe permitia...No momento em que abria a porta para sair de casa, a divagar por entre pensamentos, memórias e coisas menos apropriadas, deu de caras com uma peculiar figura desconhecida, estranha e vagamente familiar. Quando apertou a mão que esta lhe estendeu...compreendeu que o futuro que planeara nunca se concretizaria...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Hárpia negra de magnética sedução
não mais me tens por escravo,
um ser sem coração,
só pela sua mão libertado!

Consciente da natureza da besta
à Humanidade,
ao Amor,
a ficha arranco.

Uma carcaça,
desprovida de paixão,
única criatura,
desesperançada pela esperança...

A minha liberdade tem um preço,
com o Demónio,
eterna dança...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A saga do esquecido (pt.1)

Era noite. Na adormecida rua, apenas o vento caminhava, suave e tranquilamente, como que apreciando as tímidas luzes que mantinham a lua acordada. Àquela hora, apenas um outro ser se mantinha a salvo da escravidão do sono. Desligado de todos, esquecido pelos demais, a felicidade era a sua companheira e para sempre o seria, até ao dia em que a sua mente se libertasse daquela prisão corpórea. Assim tinha previsto e feito por manter. Infelizmente para ele, o obstinado Destino nunca permitiria que um mero humano escolhesse o seu próprio caminho e decidiu que estava na altura de pôr o seu plano em marcha...

Não sei o caminho

Sentado à beira-mar,
deitado, até,
comtemplo,
perdida na infinita noite,
o que resta da minha fé.

Se alguma vez acreditei
que o dia me receberia,
agora sinto que sei
que apenas a sombra me acolheria.

Não sei como me sinto
ao assim caminhar,
apenas pressinto
que não consigo continuar.
Entre a noite e o dia,
pelo caminho estou perdido.

Escolher um lado, até queria,
mas, sendo eu assim,
no fim,
no outro lado acabaria
e na indolente praia
sozinho ficaria.

Deitar-me-ei.
Não mais andarei.
O que vier,
é o que aceitarei.

domingo, 24 de agosto de 2008

Palavras Esquecidas

Porquê dar o nome Palavras Esquecidas a um blogue?


O ser humano tem a enorme capacidade de esquecer uma grande parte do que lê. Não importa o que se lê, onde se lê, ou como se lê (sim, estou a pensar em mangá). Apenas restarão fragmentos, que, por serem incompletos, também cairão no esquecimento,
mais cedo ou mais tarde. Perante a impossibilidade de reter as palavras indefinidamente, resta, apenas, tentar tornar a sua estadia na mente o mais longa possível.